O presidente da escola de samba G.R.E.S Estação Primeira da Mangueira, o músico Ivo Meirelles, reprovou veementemente o projeto da Prefeitura do Rio e da Secretaria Estadual de Obras – incluído no PAC 2, do Governo Federal, e fazendo parte do conjunto de ações visando a reurbanização do complexo do Maracanã – que prevê a “revitalização” do Morro da Mangueira, contemplando a cidade com a construção de um teleférico, servindo a comunidade.
O teleférico sairia do local conhecido como Buraco Quente, próximo à quadra da escola de samba, passaria pelos Morro dos Telégrafos , com uma estação entre o Jardim Zoológico e a Quinta da Boa Vista. Desse ponto, num extremo, iria para o Pavilhão de São Cristóvão; e, no outro, para uma ponte de convergência entre a Uerj e o completo do Maracanã.
O projeto de reurbanização, do arquiteto Jorge Jauregui, a pedido da Secretaria Municipal de Habitação, prevê a abertura de passarelas verdes, ciclovias, calçadas ecológicas e, ainda, a construção do Calçadão do Samba – que terá notas musicais de Cartola e outros expoentes da Mangueira - margeando a localidade do Buraco Quente, passando pelo Centro Cultural Cartola e indo até a Praça do Conhecimento (onde abrigaria projetos sociais da Mangueira), descendo, depois, por uma passarela verde até a UERJ e de lá seguindo até a escola de samba Vila Isabel, no Boulevard 28 de Setembro.
Ivo Meirelles protesta, alegando falta de consulta popular. O presidente da escola defende, primeiro, a restauração de casa de baluartes da escola como a do lendário mestre-sala Delegado, memória viva da Mangueira, e dos falecidos Seu Jair, Chico Porrão e Carlos Cachaça, entre outros: “O dinheiro dá para acabar com os barracos da favela. E a Mangueira poderia ser um museu a céu aberto”.